A primeira corrida da Fórmula 1 aconteceu em 13 de maio de 1950, em Silverstone, na Inglaterra. Nesse dia, o campeão em questão foi o piloto italiano, Giuseppe Farina, que também acabou se consagrando campeão daquela temporada.
O carro que o piloto dirigia se tratava de um Alfa Romeo, assim como, o dos outros dois pilotos que completaram o pódio, Luigi Faglioli, que pelo nome você já pode observar que também era italiano, e o terceiro colocado, Juan Manuel Fangio, da Argentina. Esse citado por último foi um multicampeão da categoria, conquistando 5 títulos, posteriormente.
De 1950 até os dias atuais aconteceram inúmeras mudanças na Fórmula 1, assim, com os carros da categoria não seria diferente. É possível observar que no início os veículos não possuíam asas e seus motores eram ocupados na parte dianteira do carro.
Com o andamento da história, nos anos 60 foi a vez de dar início a busca pelo aperfeiçoamento aerodinâmico, passando pelos anos 70, com o seu aumento no efeito solo. Já nos anos 80, a inovação da vez foi o início da utilização dos motores turbo, que acabaram sendo proibidos em 1989.
A partir dos anos 90 a sofisticação dos veículos não parou de crescer. A tecnologia começou ganhar espaço, e foi possível começar a observar nas pistas, carros com motores híbridos. Essa com certeza é uma história muito rica, que merece ser contada detalhadamente. Quer conhecer tudo sobre essa evolução? Então siga acompanhando a leitura atentamente.
Como foi a evolução dos carros de Fórmula 1 ao longo dos anos?
A Fórmula 1 possui fãs em volta do mundo inteiro. Assim, é comum que os admirados desse esporte também sejam grandes fãs de velocidade, e consequentemente de carros. Ao longo de 72 anos de competição foi possível observar uma história rica e com uma evolução de encher os olhos de qualquer um.
Em seu primeiro ano (1950), era possível ver pelas pistas o Alfa Romeu 158 e o Masserati. Já no ano seguinte, foi a vez do Alfa Romeu 159 começar a entrar em cena. Alguns anos depois, em 1960, já era possível observar um Lotus 25 pelas pistas. Enquanto em 1974, os telespectadores começaram a ser contemplados com a Ferrari 312 B3.
Com o passar de 7 anos, em 1981 a McLaren começou a dar o ar da graça, com o modelo MP4/1. Como você já viu por aqui, tudo começou com o Alfa Romeu, e é claro que ele voltaria a fazer parte dessa história. Em 1982, a marca colocou o modelo 182 nas pistas. Já no ano seguinte (1983), a F1 foi contemplada com o modelo 012 da Tyrrel.
Encerrando as novidades dos anos 90, a Willians chegou em 1991 com seu modelo FW14. Enquanto no ano de 1995, a Benetton abrilhantou as pistas com o modelo B195.
Entrando nos anos 2000, o público começou a ser contemplando com grades máquinas. Em 2001 a F2001 da Ferrari, abrilhantava os olhos dos telespectadores. Já em 2008, a marca trouxe para as pistas o modelo F2008, enquanto em 2010, foi a vez da F10 mostrar do que era capaz aos amantes da velocidade.
As novidades da Ferrari não pararam por aí. Em 2014, foi a vez da marca apresentar o seu modelo F14T. Três anos mais tarde, em 2017, os italianos colocaram a SF70H, para correr.
Já na história um pouco mais recente, em 2020, a escuderia italiana mostrou ao público o modelo SF1000. No entanto, nem só de Ferrari vive a Fórmula 1, não é mesmo? Veja a seguir os modelos de todas as equipes:
Mercedez: AMG W11; Red Bull: RB16; McLaren: MCL35; Renault: R.S.20; Alpha Tauri (equipe que entrou no lugar da Toro Rosso): AT01; Racing Point: RP20; Alfa Romeo: C39; Haas: VF20; Willians: FW43
Como você pode observar a Fórmula 1 possui uma história extremamente rica e cheia de detalhes, principalmente no que diz respeito aos modelos de carro que passam por suas pistas. Conheça a seguir o processo de evolução dessas máquinas. Veja!
Anos 50: O início de tudo
Como você viu anteriormente, a Fórmula 1 teve seu início em 1950. Na época, os carros não possuíam nenhuma asa e os motores eram colocados na parte dianteira dos veículos. Além disso, no período entre 1950 há 1960, não existia nenhum tipo de restrição quanto ao peso máximo ou mínimo dos carros.
Um pouco depois disso, antes de 1960, mais precisamente em 1959, os motores passaram a ocupar a traseira dos veículos. A novidade aconteceu com a Cooper, que foi campeã naquele ano com o piloto Jack Brabham, da Austrália.
Anos 60: As primeiras modificações começaram a acontecer
Nos anos iniciais da Fórmula 1 tudo ainda era muito novo e até mesmo simples. Com a chegada dos anos 60 foi possível começara a observar algumas mudanças bem interessantes. Dentre elas, uma excelente novidade foi em relação às restrições envolvendo o peso dos veículos. Os carros não podiam ter mais que 450 kg, vazios. Enquanto seus motores deveriam ser de 1,5 litros.
Alguns anos depois, em 1966, os motores de 3 litros começaram a ser introduzidos nas pistas, enquanto o peso mínimo dos carros passou a ser de 500 kg.
No entanto, essas não foram as únicas novidades relacionadas a motores. A BRM dominou o cenário em 1962 com seu motor de 8 cilindros e acabou sendo campeã naquele ano com o inglês Graham Hill.
Por outro lado, as inovações não pararam por aí, e em 1967, foi a vez da Lotus apresentar o modelo V8, com o piloto escocês, Jim Clark.
Anos 70: Mais mudanças no peso do veículo, inovações no design e o famoso “efeito-solo”
Um episódio triste marcou o ano de 1970 na Fórmula 1. O piloto alemão e radicado na Áustria, Jochen Rindt acabou morrendo em um acidente. No entanto, ainda assim, se consagrou campeão naquele ano. Um detalhe interessante sobre seu carro da Lotus, é que a marca inovou colocando um bico mais fechado e mais fino.
Três anos depois, em 1973, a Fórmula 1 decidiu mudar novamente o peso mínimo dos carros, passando para 575 kg. Já em 1976, uma inovação prometia revolucionar as pistas: o carro de seis rodas da Tyrrel e do piloto, Jody Scheckter, da África do Sul. No entanto, a novidade acabou não tendo muitos adeptos e logo saiu de cena.
Já em 1977, o motor turbo chegou na Fórmula 1 com a Renault. Para supressa de muitos, o piloto da equipe, Jean-Pierre Jabouille, da França, acabou nem pontuando no campeonato.
No entanto, a maior novidade em velocidade viria no ano seguinte. Em 1978, a Lottus chegou com uma grande inovação que mudou o rumo da F1. A novidade se tratava do “efeito-solo”. Essa tecnologia era capaz de aumentar a velocidade do veículo.
No mesmo, ano o piloto americano Mario Andretti, se consagrou campão pela equipe. Até hoje, muitos acreditam que foi graças ao efeito-solo. No entanto, esse mecanismo saiu de cena 4 anos mais tarde, por conta da morte do piloto Gilles Villeneuve.
Anos 80: Motores turbos inovadores, novidades na refrigeração, suspensão e mais
Se pode dizer que os anos 80 foram marcantes para a Fórmula 1, com muitas novidades positivas. No entanto, nem tudo foi assim. Em 1981, a Lottus quis trazer uma grande inovação para as pistas, por isso, apresentou um modelo com chassi duplo, para o seu piloto italiano, Eliode Angelis.
Para a tristeza da equipe, que só queria aumentar a aderência do veículo, seu carro acabou sendo barrado da competição por ser considerado uma fraude.
Já os motores turbos que não haviam dado muito certo em 1977, finalmente ganharam seu espaço. Os mesmos rendiam mais de 1000 cv. No entanto, a festa durou pouco, pois, o motor foi barrado no ano de 1989.
Um pouco antes disso, mais precisamente em 1983, o brasileiro Nelson Piquet, da equipe Brabham, fez história e foi o primeiro a ser campeão a bordo de um modelo turbo. Alguns anos depois, em 1988, Ayrton Senna se consagrou o último campeão com um modelo turbo.
Outra novidade no início de 1980, foi em relação às entradas de ar na lateral dos veículos, que foram diminuídas. Apesar de os motores terem ficados mais fortes, eles não necessitavam de uma grande refrigeração. Isso ocorria devido ao uso da turbina, além, das novidades envolvendo os compressores que ficaram mais leves e também menores.
Outro tema que voltou a ser assunto nos anos 80 foi o peso dos veículos, mais uma vez. Em 1981, o mínimo aumentou para 585 kg. Outra preocupação da Fórmula 1, mais precisamente dos engenheiros das equipes, era em relação à suspensão dos carros.
A ideia era criar algo que pudesse fazer com que os pilotos ganhassem tempo nas curvas. Assim, os chassis de fibra entraram em cena. A novidade fez com que os carros ganhassem mais resistência às torções.
Anos 90: Uma era de avanços tecnológicos
Os anos 90 na Fórmula 1 foram marcados por novidades tecnológicas que fizeram com que os carros ficassem mais sofisticados. Uma das principais novidades relacionava-se a suspensão ativa. Essa tecnologia pertenceu a Willians, e fez com que seu piloto, o inglês, Nigel Mansell, fosse campeão em 1993. Apesar disso, a alegria durou pouco, pois, a suspensão ativa foi proibida no ano seguinte.
No entanto, um pouco antes disso, em 1991, o querido brasileiro Ayrton Senna consagrou-se tricampeão pela McLaren. Os carros vencedores da época costumam ter o motor V10. Além disso, eram bem mais compactos e com um design mais ousado.
As mudanças em relação ao peso dos veículos também continuaram sendo assunto. Em 1994, o peso sofreu uma nova alteração. Por conta dos monopostos, foi ordenado que os carros tivessem peso mínimo de 505 kg. A nova mudança durou apenas um ano, pois, em 1995, o peso mudou novamente, passando a ser de 595 kg.
Nesse mesmo ano a novidade ficou por conta da Benetton. A equipe apresentou um carro que acabou ficando conhecido como “tubarão”. Esse apelido foi dado, pois, o veículo apresentava um bico frontal.
Essa novidade não era apenas por estética. O bico frontal fazia com que o automóvel tivesse mais equilíbrio da suspensão, além de controle automático da tração. Não é à toa que nesse mesmo ano a equipe consagrou-se campeã com Michael Shcumacher.
Para finalizar as novidades dos anos 90, em 1988, a McLaren resolveu apresentar mais uma inovação: os pneus sulcos. A novidade proporcionou 9 vitórias ao piloto da equipe, Mika Hakkinen.
Anos 2000: Segunda era turbo e novas polêmicas sobre o peso do veículo
A primeira novidade apresentada aos anos 2000, foi em 2004 pela, Williams. O piloto Juan Pablo Montoya, estreou o modelo chamado de “batmóvel”, por conta do formato de bico em seu design. No entanto, isso não deu muito certo, e a equipe precisou refazer o veículo no decorrer da temporada.
Já em relação aos motores, o motor turbo que já havia sido bem polêmico em anos anteriores, e até mesmo proibido, voltou a cena nos anos 2000. Esse período ficou marcado como a segunda era turbo. Além disso, as equipes passaram a utilizar motores híbridos em seus carros, com partes a combustão e outras elétricas.
No ano de 2008 foi a vez da Renault apresentar uma novidade aos amantes da Fórmula 1. A equipe trouxe para jogo a tampa de prolongamento do motor, que era mais conhecida como “barbatana de tubarão”. Isso possibilitou uma melhora na parte aerodinâmica do carro.
No mesmo ano, a BMW do piloto Robert Kubica, era cheia das famosas “asinhas”. Isso fez até com que o piloto pudesse sonhar com o título de 2008. No entanto, isso acabou não acontecendo, e no ano seguinte elas foram proibidas, com a intenção de diminuir a aderência de cada piloto, fazendo com que a competição ficasse mais acirrada.
O ano de 2008 foi cheio de novidades. Além das que já foram citadas a cima, a Braw GP também aproveitou para inovar. Utilizando de uma brecha no regulamento da Fórmula 1, a equipe levou para as pistas um veículo com difusor duplo, o que ajudou a consagrar o piloto Jenson Button como campeão. Essa temporada também pode contar com o retorno dos pneus slick.
Ainda no mesmo ano, uma mudança no regulamento da Fórmula 1 passou a exigir um pequeno estreitamento nos pneus dianteiros dos carros. Além disso, uma nova polêmica veio há tona no ano de 2008. A McLaren decidiu mudar o seu sistema de refrigeração que passou a contar com a inclusão de uma entrada de ar próximo ao bico do carro.
Por fim, um tema que sofreu grandes alterações ao longo dos anos 2000 foi novamente em relação ao peso dos carros. Em 2009, passou a ser exigido que os carros tivessem pelo menos 605 kg. Quatro anos depois, em 2013, o peso mínimo alterou novamente, dessa vez para 642 kg.
No ano seguinte, em 2014, com o início da era híbrida, o peso passou a ter um mínimo de 691 kg. Em 2015, os responsáveis decidiram que o peso deveria aumentar para 702 kg. No entanto, esse valor permaneceu por apenas dois anos, pois, em 2017, por conta dos pneus maiores, o regulamento passou a exigir um peso mínimo de 728 kg.
Com a introdução do Halo, em 2018, o peso subiu novamente chegando a 734 kg. Entretanto, essa novela ainda estava longe de acabar. Em 2019, por conta dessas polêmicas envolvendo o peso dos carros, passou a existir uma pressão muito grande para que os pilotos perdessem peso. Com isso, a Fórmula 1 decidiu que eles deveriam pesar o mínimo de 80 kg + o assento, e com a junção do peso dos carros, o total deveria chegar a 743 kg.
Mais recentemente, em 2020, foram incluídos nos carros um segundo medidor de vazão de combustível. Com isso o peso mínimo aumentou mais 3 kg, chegando a 746 kg.
Por fim, esse ano (2022), por conta das novas peças mais pesadas, o regulamento da Fórmula 1 decidiu que o peso mínimo dos carros deverá ser de 790 kg, marcando assim, a era mais pesada dos veículos da competição.
Tecnologia a serviço da inovação – A evolução dos carros de fórmula 1
Ao longo desses 72 anos de Fórmula 1 foi possível notar que a cada década as equipes sempre buscavam por inovação em conjunto com tecnologias, com o objetivo de melhorar a performance de seus carros, e consequentemente auxiliar os seus pilotos a se consagrarem campeões.
Algumas mudanças foram banidas em determinados momentos, sempre com o objetivo de tornar a disputa a mais justa possível, além de competitiva. Entretanto, muitas inovações permaneceram e foram remodeladas com o passar dos anos, podendo ser vistas até os dias atuais.
Isso fez com que a Fórmula 1 apresentasse sempre uma qualidade de competição impecável para seus telespectadores.
E você aí, o que achou dessas mudanças? Acredita que elas melhoram o campeonato, ou pensa que algumas inovações podam prejudicar, interferindo diretamente nos resultados?