Você já se perguntou qual carro perdeu mais valor no último ano — o elétrico compacto ou o hatch popular?
Os dados mais recentes de desvalorização entre 2024 e 2025 chamaram atenção no mercado. O BYD Dolphin Mini, subcompacto elétrico, registrou apenas 7,8% de perda de valor, enquanto o Volkswagen Polo Track, hatch de entrada a combustão, acumulou 17% de queda.
O resultado mostra que nem sempre o carro mais vendido é o que melhor preserva seu preço no pós-venda — e isso faz toda a diferença no bolso de quem compra zero km hoje.
Os números em poucas palavras
Dolphin Mini: vendido em agosto de 2024 por R$ 115.800, vale em 2025 cerca de R$ 106.715.
Polo Track: vendido zero km por R$ 89.990 em 2024, tem preço médio atual de R$ 74.301.
Índice de desvalorização:
- Dolphin Mini: 7,8%
- Polo Track: 17%
(período entre 2024 e 2025)
Em 2024, o Polo foi amplamente emplacado — cerca de 140.177 unidades — enquanto o Dolphin Mini somou 21.968 licenciamentos no mesmo período.
Mesmo com volume menor, o modelo elétrico mostrou melhor retenção de valor no mercado de usados.
Por que o Dolphin Mini desvalorizou menos?

Há diversos fatores que ajudam a explicar essa diferença.
A seguir, os principais pontos que influenciaram o resultado:
1. Percepção de tecnologia e novidade
O Dolphin Mini é um veículo elétrico subcompacto produzido localmente e ainda carrega forte apelo de novidade.
Para muitos consumidores, ser elétrico significa status tecnológico, menor custo de manutenção e inovação, o que mantém a demanda aquecida no mercado de usados.
2. Oferta e demanda no mercado de seminovos
O Polo Track teve volume de vendas muito maior em 2024, o que naturalmente amplia a oferta de usados e pressiona os preços para baixo.
Já o Dolphin Mini, com menos unidades disponíveis, enfrenta menor concorrência nos anúncios e preserva valor com mais facilidade.
3. Custos operacionais e expectativas
Compradores começaram a observar não apenas o preço de compra, mas também o custo total de uso do veículo.
Nesse ponto, os elétricos levam vantagem: dispensam combustível, exigem menos manutenção preventiva e, em alguns estados, contam com incentivos fiscais ou descontos no IPVA.
Mesmo com valor inicial mais alto, o Dolphin Mini transmite a percepção de economia a médio e longo prazo, o que sustenta seu preço no mercado de usados.
4. Atualizações de linha e posicionamento
A linha 2026 do Dolphin Mini trouxe um reposicionamento inteligente.
O modelo passou a ter versão única, com preço sugerido de R$ 119.990, e manteve o conjunto técnico estável: motor elétrico dianteiro de 75 cv, torque de 13,8 kgfm, bateria de 38 kWh e autonomia de 280 km, segundo o Inmetro.
Essas atualizações reforçam o apelo do produto e ajudam a manter o interesse mesmo após o primeiro ano de uso.
E o Polo? Por que desvalorizou tanto?

O Volkswagen Polo Track continua sendo um dos hatches mais vendidos do país, mas não escapou de uma queda mais acentuada no valor de revenda.
Os principais motivos são estruturais e refletem o comportamento natural de um modelo popular com alto volume de produção.
Alta oferta: com mais de 140 mil unidades emplacadas em 2024, há grande disponibilidade de veículos similares no mercado de usados, o que pressiona os preços.
Enxugamento da gama: para 2026, o Polo passou a oferecer apenas três versões — Track, Sense e Highline. Essa redução sinaliza reposicionamento de mercado e tende a enfraquecer o interesse por algumas versões mais simples.
Percepção de tecnologia: modelos a combustão que não trazem inovações significativas acabam perdendo atratividade frente a carros elétricos, híbridos e conectados, que oferecem novas experiências ao consumidor.
Além disso, o conjunto mecânico da linha Track é eficiente, mas sem grandes diferenciais.
A versão de entrada utiliza motor 1.0 12V de três cilindros com 84 cv e 10,3 kgfm, câmbio manual de cinco marchas.
As versões mais completas trazem o 1.0 turbo de 116 cv e 16,8 kgfm, com transmissão automática de seis marchas.
São configurações confiáveis, porém sem o apelo de inovação que hoje pesa na valorização do mercado de usados.
O que isso significa para quem quer comprar ou vender?

Para quem está pensando em comprar um carro zero km ou trocar de modelo, esses números merecem atenção.
A diferença de desvalorização entre um elétrico e um hatch tradicional pode impactar diretamente o custo total de propriedade — um fator que vai além do preço de compra.
Para o comprador de zero km
Optar por um modelo que desvaloriza menos ajuda a reduzir a perda financeira na revenda.
Os carros elétricos, embora ainda custem mais, tendem a reter melhor o valor em um cenário de transição tecnológica.
Modelos populares a combustão, por outro lado, continuam atraentes pela facilidade de manutenção e ampla rede de assistência, mas sofrem com a alta oferta de usados no mercado.
Para quem pretende vender
Quem tem um Polo Track pode enfrentar negociações mais apertadas, já que o volume de unidades disponíveis é grande.
Já proprietários do Dolphin Mini tendem a manter melhor o preço de revenda, especialmente se o carro estiver bem conservado, com revisões em dia e histórico transparente de manutenção.
Exemplos práticos — quanto você perde na prática?

Os números deixam claro o contraste:
- Dolphin Mini: comprado por R$ 115.800, tem valor médio atual de R$ 106.715 — perda aproximada de R$ 9.085 (7,8%).
- Polo Track: comprado por R$ 89.990, vale hoje cerca de R$ 74.301 — perda de R$ 15.689 (17%).
Mesmo com um preço inicial mais alto, o elétrico reteve mais valor absoluto e percentual.
Na prática, isso significa que parte da diferença de custo entre os dois modelos é compensada pela menor depreciação ao longo do tempo.
Outros fatores que afetam a desvalorização
Além dos números diretos, há outros elementos que influenciam o quanto um carro perde valor ao longo do tempo.
Alguns deles são externos ao modelo e dependem do cenário econômico e regional.
Região: em cidades com melhor infraestrutura de recarga e maior presença de elétricos, os modelos como o Dolphin Mini tendem a se valorizar mais no mercado de usados.
Já em regiões com pouca estrutura, o interesse ainda é limitado.
Histórico de manutenção: carros com revisões registradas em concessionária e sem histórico de sinistro ou modificações costumam manter valor superior.
Incentivos fiscais: mudanças em políticas de isenção de impostos para elétricos e híbridos podem alterar a percepção de custo-benefício e afetar o valor de revenda.
Disponibilidade de estoque zero km: quando uma montadora ajusta a produção ou lança nova geração, o preço dos seminovos se movimenta rapidamente — para cima ou para baixo.
Resumo prático — quem leva a melhor?
No comparativo entre 2024 e 2025, o BYD Dolphin Mini levou vantagem clara em valorização.
Enquanto o subcompacto elétrico perdeu 7,8%, o Volkswagen Polo Track registrou 17% de queda no mesmo período.
Essa diferença vai além dos números: reflete mudanças de percepção do consumidor, avanço tecnológico e nova dinâmica de oferta e demanda no mercado automotivo.
Para quem busca menor perda de patrimônio ao trocar de carro em curto ou médio prazo, modelos com maior retenção de valor — como o Dolphin Mini — mostram-se opções mais seguras.
Quer proteger melhor o valor do seu carro?
Escolher um modelo que mantém o preço no mercado é importante, mas proteger o veículo também faz diferença na hora da revenda.
Contratar um seguro adequado ajuda a preservar o valor de troca, cobrindo danos que poderiam comprometer a negociação — como colisões, roubos ou perda total.
Se quiser comparar planos, dá para fazer uma cotação rápida e personalizada com a Neon Seguros.
Assim, você encontra a cobertura que mais combina com o seu perfil de uso e garante tranquilidade para rodar no dia a dia.
Considerações finais
O mercado automotivo vive um momento de mudança de paradigma.
A diferença de desvalorização entre o elétrico compacto Dolphin Mini e o hatch tradicional Polo Track mostra com clareza como tecnologia, percepção de valor e comportamento do consumidor estão evoluindo.
Ainda assim, o melhor carro vai depender do seu estilo de vida:
- se o uso é predominantemente urbano e há acesso a recarga, o elétrico tende a ser mais vantajoso;
- se a prioridade é custo inicial e facilidade de manutenção, o modelo a combustão continua competitivo.
O importante é analisar o cenário completo — compra, uso, manutenção, revenda e proteção — antes de decidir.
Com planejamento, dá para equilibrar custo, desempenho e valorização sem surpresas no futuro.

