A Fórmula 1 desembarcou em Zandvoort para o tão aguardado GP da Holanda, e o que se viu em pista foi uma combinação explosiva de estratégia, acidentes e reviravoltas. No fim das 72 voltas, Oscar Piastri saiu vitorioso, liderando de ponta a ponta em uma corrida que teve de tudo — de batidas inesperadas a uma McLaren dominante e uma Ferrari em crise.
Para quem esperava uma corrida tranquila no traçado estreito e técnico de Zandvoort, a realidade foi bem diferente. O GP da Holanda mostrou mais uma vez por que é considerado um dos mais imprevisíveis da temporada: a pista castigou erros, recompensou decisões estratégicas e virou de ponta-cabeça os planos de favoritos.
Além da vitória sólida de Piastri, o segundo lugar de Max Verstappen em casa garantiu pontos valiosos no campeonato, enquanto o novato Isack Hadjar surpreendeu ao conquistar seu primeiro pódio na Fórmula 1. Em contrapartida, nomes como Lando Norris, Charles Leclerc e Lewis Hamilton viveram um domingo para esquecer.
Neste artigo, você confere os destaques da corrida, os momentos decisivos, as estratégias que mudaram o resultado e o que esperar da próxima etapa em Monza.
Largada caótica no GP da Holanda: quando tudo começou a mudar
O início do GP da Holanda foi digno de filme de ação. Oscar Piastri, largando da pole, segurou firme a liderança logo na primeira curva, mostrando que não estava ali para brincadeiras. Lando Norris, que saiu ao lado, perdeu tração e viu Max Verstappen mergulhar por dentro e tomar o segundo lugar — um dos poucos momentos em que o holandês teve brilho na sua corrida em casa.
Logo atrás, o estreante Isack Hadjar surpreendia ao manter a quarta colocação mesmo sob forte pressão de Charles Leclerc e George Russell. Um começo sólido que daria frutos mais tarde.
Mas nem todos começaram bem. Gabriel Bortoleto, o único brasileiro na pista, largou em 13º, mas se envolveu em um toque com Lance Stroll logo nos primeiros metros. A batida danificou a asa dianteira do carro da Sauber, forçando o brasileiro a perder tempo e posições preciosas logo de cara.
Outros destaques iniciais:
- Alexander Albon ganhou cinco posições na primeira volta, mostrando agressividade;
- Leclerc ultrapassou Russell e tentou pressionar Hadjar;
- Bortoleto caiu para o fundo do grid e teve sua estratégia comprometida desde cedo.
A pista de Zandvoort, estreita e cheia de curvas cegas, não perdoa erros. E o GP da Holanda não demorou para mostrar que seria uma corrida de sobrevivência — tanto técnica quanto emocional.
Acidentes, safety cars e a derrocada da Ferrari no GP da Holanda
Se a largada já foi movimentada, o restante do GP da Holanda foi uma verdadeira montanha-russa. A Ferrari, que tentava se recuperar de um desempenho fraco nos treinos, viu sua corrida ruir com dois acidentes marcantes — e consecutivos.
O primeiro golpe veio na volta 24. Lewis Hamilton, em sétimo lugar com a SF-25, perdeu o controle do carro na curva 3 e foi direto no muro. Foi o primeiro abandono do heptacampeão como piloto da Ferrari, e ainda por cima em um erro solo. O impacto foi forte o suficiente para acionar o safety car, o que levou grande parte do grid aos boxes.
Durante esse período, nomes como Piastri, Verstappen, Norris, Hadjar e Russell aproveitaram para fazer suas paradas. Outros, como Alonso e Tsunoda, já haviam parado antes e ganharam posições temporariamente.
Mas o drama da Ferrari ainda não tinha acabado.
Na volta 53, Charles Leclerc disputava posição com George Russell quando foi atingido por Kimi Antonelli — ironicamente, na mesma curva 3 onde Hamilton havia batido. O monegasco rodou, bateu e também abandonou. O jovem piloto da Mercedes recebeu 10 segundos de punição, mas o estrago já estava feito: a Ferrari ficou fora da corrida com os dois carros pela primeira vez desde 2024.
Outros incidentes que marcaram a prova:
- Carlos Sainz também foi punido por toque em Hulkenberg;
- Norris abandonou na volta 65 por vazamento de óleo no motor;
- Bortoleto levou bandeira preta e laranja pela asa danificada, mas não foi punido.
Em meio a tudo isso, Piastri manteve a calma, o ritmo e a liderança. O caos ao redor só reforçou o controle absoluto do australiano durante toda a prova.
Estratégia, surpresas e um pódio inesperado no GP da Holanda
Em um circuito como Zandvoort, onde ultrapassar é complicado e a margem de erro é mínima, a estratégia de pneus faz toda a diferença — e no GP da Holanda de 2025, isso ficou mais evidente do que nunca.
A Pirelli disponibilizou os compostos C2, C3 e C4, incentivando uma abordagem de duas paradas. E a mudança no limite de velocidade do pit lane — de 60 para 80 km/h — tornou essas estratégias ainda mais viáveis, já que as perdas de tempo nos boxes foram reduzidas.
A McLaren, como de costume, soube aproveitar. Oscar Piastri administrou seus pneus com maestria, especialmente no último stint com compostos duros, mantendo ritmo forte mesmo com dois safety cars quebrando o fluxo da corrida. Já Max Verstappen, que optou pelos médios no final, enfrentou mais desgaste e precisou se defender com precisão para segurar o segundo lugar.
Mas quem realmente chamou atenção foi Isack Hadjar. O novato da Racing Bulls largou bem, resistiu à pressão de pilotos experientes, soube cuidar dos pneus e ainda se beneficiou das confusões na pista. O resultado? Um pódio inédito em sua carreira e o primeiro da equipe desde 2021.
Na outra ponta, Gabriel Bortoleto teve uma corrida difícil. Após o toque com Stroll e os danos na asa, sua performance ficou comprometida. Mesmo com uma estratégia conservadora e pneus macios no final, o brasileiro terminou apenas em 15º — fora da zona de pontos.
Resumo dos destaques:
- Piastri liderou de ponta a ponta e venceu com autoridade;
- Verstappen garantiu o segundo lugar com consistência;
- Hadjar brilhou com maturidade e conquistou seu primeiro pódio;
- Bortoleto teve um domingo complicado, mas ainda tem espaço para crescer.
GP da Holanda consagra Piastri e reforça a imprevisibilidade da temporada
O GP da Holanda foi tudo menos previsível. Em um circuito que exige precisão milimétrica, Oscar Piastri entregou uma atuação impecável, enquanto nomes de peso como Hamilton, Leclerc e Norris ficaram pelo caminho. A corrida em Zandvoort mostrou que 2025 é um dos campeonatos mais equilibrados dos últimos anos — e que qualquer erro, por menor que seja, pode custar caro.
Além do domínio da McLaren, o destaque do estreante Isack Hadjar e os desafios enfrentados por Bortoleto reforçaram o quão competitiva e cruel pode ser a Fórmula 1. E agora, com o campeonato pegando fogo, todas as atenções se voltam para o GP da Itália, em Monza.
Resultado da Corrida
Posição | Piloto | Escuderia | Voltas | Tempo | Pontos |
---|---|---|---|---|---|
1 | Lando Norris | McLaren | 57 | 1:42:06.304 | 25 |
2 | Max Verstappen | Red Bull Racing | 57 | +0.895s | 18 |
3 | George Russell | Mercedes | 57 | +8.481s | 15 |
4 | Kimi Antonelli | Mercedes | 57 | +10.135s | 12 |
5 | Alexander Albon | Williams | 57 | +12.773s | 10 |
6 | Lance Stroll | Aston Martin | 57 | +17.413s | 8 |
7 | Nico Hulkenberg | Kick Sauber | 57 | +18.423s | 6 |
8 | Charles Leclerc | Ferrari | 57 | +19.826s | 4 |
9 | Oscar Piastri | McLaren | 57 | +20.448s | 2 |
10 | Lewis Hamilton | Ferrari | 57 | +22.473s | 1 |
11 | Pierre Gasly | Alpine | 57 | +26.502s | 0 |
12 | Yuki Tsunoda | Racing Bulls | 57 | +29.884s | 0 |
13 | Esteban Ocon | Haas | 57 | +33.161s | 0 |
14 | Oliver Bearman | Haas | 57 | +40.351s | 0 |
NC | Liam Lawson | Red Bull Racing | 46 | DNF | 0 |
NC | Gabriel Bortoleto | Kick Sauber | 45 | DNF | 0 |
NC | Fernando Alonso | Aston Martin | 32 | DNF | 0 |
NC | Carlos Sainz | Williams | 0 | DNF | 0 |
NC | Jack Doohan | Alpine | 0 | DNF | 0 |
NC | Isack Hadjar | Racing Bulls | 0 | DNS | 0 |
Oscar Piastri, da McLaren, venceu com autoridade, liderando de ponta a ponta mesmo com dois safety cars e incidentes ao longo da prova.
Norris abandonou na volta 65 devido a um vazamento de óleo. Ele perdeu a vice-liderança após largar mal e ser superado por Verstappen.
Isack Hadjar, novato da Racing Bulls. Conquistou seu primeiro pódio na Fórmula 1 com uma corrida segura e madura.