No GP de São Paulo de 2024, o piloto holandês Max Verstappen, da Red Bull Racing, protagonizou uma das corridas mais emocionantes e desafiadoras de sua carreira. Após largar em uma modesta 17ª posição, ele demonstrou uma mistura impecável de habilidade e precisão para ultrapassar o pelotão e garantir a vitória em uma prova marcada por condições climáticas extremas e múltiplos incidentes. Com essa vitória, Verstappen se aproxima ainda mais de seu quarto título mundial, que pode ser garantido já na próxima etapa, em Las Vegas.
O GP de São Paulo foi uma verdadeira montanha-russa para pilotos e equipes, exigindo rápidas adaptações às mudanças de pista e estratégias meticulosamente ajustadas. Interlagos testemunhou um espetáculo de pilotagem em meio ao caos, e Verstappen emergiu como o grande vencedor, consolidando ainda mais sua posição como um dos grandes nomes da Fórmula 1.
Caos e Confusão Antes da Largada do GP de São Paulo
O drama começou antes mesmo da bandeira verde. Durante a volta de aquecimento, o canadense Lance Stroll, da Aston Martin, perdeu o controle do carro e colidiu com a barreira de proteção, sendo forçado a abandonar a corrida. Esse incidente inicial já era um prenúncio das dificuldades que os pilotos enfrentariam nas curvas desafiadoras e molhadas de Interlagos. Em uma segunda tentativa de volta de apresentação, houve ainda mais confusão, pois alguns pilotos saíram, enquanto outros permaneceram no grid.
Dentre os pilotos que serão investigados por irregularidades no procedimento de largada estão Lando Norris, George Russell, Yuki Tsunoda e Liam Lawson. A corrida já começou com duas voltas a menos devido aos incidentes iniciais, trazendo um tom de tensão que duraria até o fim da prova.
Uma Largada Intensa e as Primeiras Voltas de Verstappen
Assim que a corrida finalmente começou, George Russell assumiu a liderança, ultrapassando Norris logo na primeira curva. Mais atrás, Verstappen começou sua escalada, aproveitando as brechas para ganhar posições de maneira impressionante. Em apenas algumas voltas, ele já havia alcançado a sexta posição, demonstrando habilidade e confiança em meio às condições traiçoeiras da pista.
Durante esse começo, Verstappen ultrapassou pilotos como Lewis Hamilton e Fernando Alonso, mostrando que estava determinado a fazer uma corrida de recuperação memorável. Mesmo sem a ajuda do DRS nas primeiras voltas, o holandês conseguiu superar vários adversários, incluindo o jovem Oscar Piastri, que tentou resistir, mas foi superado no icônico S do Senna.
A Chuva Aperta e o Safety Car Entra em Ação
A corrida foi caracterizada pela constante ameaça de chuva, que oscilava entre garoa leve e fortes pancadas, forçando os pilotos a trocar de pneus em diversas ocasiões. A primeira grande mudança na dinâmica da prova ocorreu quando Nico Hulkenberg rodou e causou um safety car virtual, o que levou a maioria dos pilotos a trocar para pneus intermediários.
Alguns pilotos, como Verstappen, Ocon e Gasly, optaram por permanecer na pista, uma decisão que acabou sendo vantajosa quando as condições pioraram e o safety car foi acionado de novo. Esse momento trouxe uma pausa para os competidores, permitindo que Verstappen se mantivesse na briga pelas primeiras colocações. O safety car e as paradas estratégicas mostraram-se decisivos para o andamento da corrida e para as oportunidades de ultrapassagem que surgiriam mais adiante.
Bandeira Vermelha Após Colisão e a Desclassificação de Hulkenberg
A situação ficou ainda mais caótica quando Franco Colapinto perdeu o controle do carro na Curva do Café e colidiu com a barreira, causando a interrupção da corrida com uma bandeira vermelha. Esse momento foi crucial para pilotos como Verstappen, que aproveitaram a paralisação para ajustar suas estratégias e permanecer próximos dos líderes.
Enquanto isso, Nico Hulkenberg foi desclassificado após receber uma bandeira preta, algo extremamente raro na Fórmula 1. O alemão foi penalizado por ter recebido ajuda externa para voltar à pista, uma violação que o excluiu da prova e chamou atenção por ser a primeira bandeira preta na categoria desde 2007. A desclassificação de Hulkenberg sublinhou o quão rigorosa e imprevisível foi a direção de prova em São Paulo.
O Momento Decisivo: A Ultrapassagem em Ocon e a Liderança de Verstappen
Com a corrida reiniciada, Verstappen viu sua chance de ouro para assumir a liderança. Esteban Ocon, que havia conseguido se manter na frente na relargada, foi ultrapassado pelo holandês após um safety car acionado pelo abandono de Carlos Sainz. Aproveitando a oportunidade, Verstappen foi decisivo e agressivo, ultrapassando o francês da Alpine para finalmente assumir a liderança.
Essa manobra foi um momento crucial da prova, pois permitiu a Verstappen abrir vantagem em relação aos demais e consolidar sua vitória. A ultrapassagem marcou um ponto de virada, onde a combinação de estratégia e talento do piloto da Red Bull superou as adversidades do circuito molhado de Interlagos.
A Corrida de Recuperação dos Britânicos e o Pódio da Alpine no GP de São Paulo
Lando Norris, que havia começado na pole, viu sua corrida escapar entre as mãos devido às condições adversas e à intensa disputa com George Russell. O britânico da McLaren chegou a ocupar a quarta posição, mas uma escapada na pista molhada o relegou ao sexto lugar. O vice-líder do campeonato somou apenas oito pontos, deixando Verstappen ainda mais próximo do título.
Enquanto isso, a Alpine celebrou um de seus melhores resultados da temporada, com Esteban Ocon e Pierre Gasly completando o pódio em segundo e terceiro lugares, respectivamente. A equipe francesa aproveitou as oportunidades trazidas pelas paradas estratégicas e incidentes na pista para garantir uma colocação sólida, trazendo uma rara alegria à escuderia.
O Impacto da Vitória de Verstappen na Disputa pelo Título
Com a vitória em São Paulo, Verstappen alcançou 393 pontos no campeonato, aumentando sua vantagem para 62 pontos sobre Lando Norris, que agora soma 331 pontos. Esse resultado coloca o holandês a uma distância de praticamente uma corrida do tão desejado tetracampeonato, que pode ser alcançado já na próxima etapa, em Las Vegas. Caso Verstappen termine à frente ou empate em pontos com Norris nos EUA, ele garantirá o título mundial de 2024.
Essa vitória em Interlagos é especialmente significativa para Verstappen, pois foi sua primeira após dez corridas de jejum desde o GP da Espanha em junho. Esse retorno ao topo não só destaca a consistência do piloto da Red Bull, mas também sua capacidade de se adaptar a diferentes condições e adversidades, o que o coloca como um dos pilotos mais completos e dominantes da atualidade.
Próxima Parada: GP de Las Vegas e a Possibilidade de Título
A Fórmula 1 agora se dirige a Las Vegas, onde o GP será realizado no dia 24 de novembro. A prova, que promete ser uma das mais aguardadas do calendário, pode coroar Verstappen como campeão mundial pela quarta vez. Com uma vantagem significativa sobre Norris e a possibilidade de consagrar o título antecipadamente, todos os olhos estarão voltados para o circuito americano.
Essa será a penúltima corrida da temporada, seguida pelos Grandes Prêmios do Catar e dos Emirados Árabes. O cenário está montado para que Verstappen faça história em um dos locais mais icônicos do automobilismo, adicionando mais um capítulo memorável à sua trajetória de sucesso na Fórmula 1.
Resumo do GP de São Paulo
O GP de São Paulo de 2024 ficará marcado como uma das corridas mais intensas e imprevisíveis da temporada. Entre chuva, bandeiras vermelhas e momentos de pura tensão, Max Verstappen mostrou que é um piloto completo, capaz de enfrentar qualquer adversidade e emergir vitorioso. Sua jornada da 17ª posição até o lugar mais alto do pódio exemplifica sua determinação e habilidade, características que o colocam como um dos grandes talentos da Fórmula 1 moderna.
Com a possibilidade do título cada vez mais próxima, Verstappen se prepara para selar seu tetracampeonato e consolidar sua posição entre os maiores nomes do esporte. O espetáculo de Interlagos foi um prelúdio perfeito para a conclusão épica que se desenha em Las Vegas.