Possível falência da NETA: entenda o colapso da montadora

Montadora NETA à beira da falência? Veja por que a marca parou de vender, sumiu das redes e preocupa até quem já comprou.
Possível falência da NETA entenda o colapso da montadora

Sumário

Se você está de olho no mercado de carros elétricos, talvez já tenha ouvido falar da NETA — a montadora chinesa que prometia revolucionar o setor com modelos modernos, acessíveis e conectados. Mas nas últimas semanas, uma avalanche de notícias negativas reacendeu os boatos sobre uma possível falência da montadora NETA.

Um internauta flagrou funcionários retirando a logo da empresa na antiga sede em Xangai, na China. O que antes poderia parecer apenas uma mudança de endereço, agora está cercado por um cenário nada otimista: demissões em massa, fábricas paradas, dívidas milionárias e um processo judicial em curso.

A seguir, vamos te explicar o que realmente está acontecendo, o impacto disso no Brasil e o que esperar da marca nos próximos meses.

Como a NETA chegou nessa situação?

Apesar de ter vivido um bom momento em 2022 — chegando a vender cerca de 18 mil carros por mês — a NETA sofreu um colapso nas vendas. Em 2024, a marca despencou para apenas 64.549 veículos vendidos no ano inteiro, uma queda de quase 60% em comparação com os números anteriores. Mas o problema vai muito além disso.

Desde novembro do ano passado, a principal fábrica da empresa em Yichun está completamente paralisada. E não é só a produção que foi suspensa: a marca também promoveu demissões em massa, cortes salariais de até 75% e está atolada em dívidas com fornecedores, parceiros de mídia e até concessionárias.

A Hozon Auto, controladora da NETA, enfrenta uma investigação de falência nos tribunais chineses. O motivo? Mais de 400 disputas judiciais e cerca de 90 processos de execução acumulados.

Como se não bastasse, a NETA também está sendo cobrada pela agência de publicidade Yuxing, que exige o pagamento de US$ 730 mil (cerca de R$ 4,1 milhões) por serviços prestados entre 2022 e 2023 — valor que a montadora ainda não quitou.

E a NETA no Brasil?

Embora a situação da NETA na China já fosse preocupante, no Brasil o cenário é ainda mais incerto. Desde sua chegada ao país, os resultados ficaram muito aquém do esperado — até agora, foram emplacadas apenas 46 unidades somando os modelos NETA Aya e NETA X.

Ainda assim, durante o lançamento da primeira loja brasileira, em janeiro de 2024, os executivos da marca afirmaram que os problemas na China estavam sendo superados e que os planos de produção local seguiam firmes. No entanto, os acontecimentos dos meses seguintes mostraram exatamente o contrário.

Concessionárias que planejavam abrir pontos de venda da NETA no país simplesmente desistiram antes mesmo da inauguração, alegando falta de confiança na continuidade da operação. Além disso, fontes ouvidas por veículos do setor afirmaram que não enxergam perspectivas reais para a NETA no Brasil, diante do caos administrativo e financeiro enfrentado pela marca.

E pra piorar, a NETA praticamente sumiu do ambiente digital: tirou o site do ar — que segue ‘em manutenção’ há semanas — e desativou todos os perfis nas redes sociais, incluindo Instagram, LinkedIn e Facebook. Ou seja, até mesmo o canal de contato com os clientes sumiu do mapa.

O que isso significa para quem já comprou um NETA?

Se você é um dos poucos que compraram um modelo da NETA no Brasil, a situação exige atenção redobrada. Com a operação global da montadora desmoronando, é natural que surjam dúvidas sobre:

Pós-venda e garantia: sem representação oficial ativa, a cobertura de garantia pode ser comprometida;

Peças de reposição: podem ficar escassas e mais caras com o tempo;

Assistência técnica: ficará restrita a oficinas independentes e, mesmo assim, com suporte limitado;

Desvalorização: como qualquer carro de marca instável, a tendência é uma queda acentuada no valor de revenda.

Diante desse cenário, é fundamental acompanhar os próximos passos da montadora. Mesmo com ofertas tentadoras, a instabilidade atual exige cautela redobrada antes de investir em um carro da marca.

Panorama final: o futuro da NETA está por um fio

Diante de tantos sinais negativos — queda brutal nas vendas, demissões em massa, paralisação da produção, processos judiciais e a retirada silenciosa das redes sociais — a possível falência da montadora NETA deixou de ser apenas um boato. Hoje, ela representa um alerta claro para quem acompanha o setor automotivo ou cogita comprar um modelo da marca.

No Brasil, a curta trajetória da NETA foi marcada por promessas ousadas e uma realidade que nunca saiu do papel. Mesmo com o discurso de expansão e de superação das dificuldades na China, os fatos mostram o contrário: nenhuma nova loja foi aberta, a produção local não avançou, e a presença da marca praticamente desapareceu.

Para quem já comprou um veículo da NETA, a recomendação é redobrar os cuidados com revisões e documentação. Para quem ainda considera o investimento, o melhor é aguardar — ou repensar. Afinal, não basta ter um carro bonito e moderno. É preciso contar com suporte, peças, garantia e uma rede de atendimento ativa.

No fim das contas, o caso da NETA serve como lição: é preciso olhar além do preço ou da inovação na hora de escolher um carro. A solidez da marca e sua continuidade no mercado são tão importantes quanto qualquer outro item da ficha técnica.

Perguntas Frequentes:

A NETA já decretou falência oficialmente?

Ainda não, mas a controladora Hozon Auto está passando por um processo de revisão judicial de falência na China.

A marca vai sair do Brasil?

Tudo indica que sim. A operação está inativa, redes sociais foram desativadas e concessionários desistiram da expansão.

Ainda posso comprar um carro da NETA?

Tecnicamente sim, mas não é recomendado. Os riscos com garantia, assistência e revenda são muito altos.

O que acontece com quem já comprou um NETA?

Deve enfrentar dificuldade com manutenção, peças e suporte. A desvalorização também tende a ser acelerada.

A marca pode se recuperar?

No cenário atual, é difícil. Mesmo que ocorra uma reestruturação, o prejuízo de imagem e a quebra de confiança com investidores e consumidores tornam o retorno pouco provável.

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